quinta-feira, 12 de abril de 2012

Na selva da vida, que é essa enorme mata selvagem. Ás, vezes, é preciso dar uma de exploradora, conquistadora de territórios inimigos ou descobridora de terras distantes.
Você foi uma terra distante, e mais, distante com cara de inimigo. E é engraçado lembrar de toda a antipatia que havia, sabendo do amor que depois houve, que talvez ainda haja, e quem sabe permaneça. Aos poucos, os povos nativos de você, foram se familiarizando com a minha cultura, e eu… indiscutivelmente peguei alguns dos teus costumes. E o amor… nosso amor não foi escambo. Não foi troca. Nosso amor foi entrega.
Éramos novos exploradores. Estávamos desbravando uma grande planície macia. Ali, na imensidão daquela cama. Você deitado. E, parece que não havia nada, no mundo, mais lindo. Acho que, naquele instante, já nem havia mais um mundo. Existia paixão e você um pouco nervosa, você me olhando, lindo, com aquela cara de quem não sabe direito o que esperar. Mas quer o que vem, porque está entregue, porque me amava.
Beijava a tua boca e sentia coisas que não existem.  Beijinhos, risinhos e teus olhos nos meus. 
E, foi assim, que aos poucos, eu e você na penumbra daquele quarto, fomos consumando o que tínhamos, o que queríamos, o que respirávamos. Tinha e isso era tudo. Gradativamente, as ultimas defesas foram se esvaindo. Éramos línguas perdidas pelo corpo encontrando oasis, mãos em esconderijos. Nós nos tínhamos, nós éramos nossos.
E, por cada beijo, palavra amorosa ou palavra extintiva de desejo, mãos, cabelo, olhos… eu e você no passar dos segundos, acreditávamos mais que ao sair do quarto, porta ou janela a fora, não haveria mais nada. Não haviam mais casas, vida na terra, família, civilização… Não havia dor, sol, carros nas ruas, não havia coisa alguma. Havia um nada… porque o universo inteiro se concentrava na penumbra do quarto, nas nossas sombras, no nosso amor, na imensidão de “nós”.
Depois das explosões, a chama acalmava, e eu sobre você ou vice-versa, ficávamos ali trocando carinhos e conversando mil coisas. Ríamos, nos beijávamos, contávamos piadinhas, nos abraçávamos. E você me completava. Eu completava você.
Mas, tínhamos que sair do quarto. O universo desconcentrava-se. A realidade voltava, a vida seguia, a civilização continuava a degenerar-se, os carros seguiam a se chocar. Saímos do quarto, e… deixamos de ir. O esquecemos.
E hoje, afirmo a certeza que sempre tive: Você é a melhor Colônia que uma desbravadora, romântica como eu, poderia descobrir, conhecer, conquistar. Teu relevo, tua costa e teus tesouros escondidos… Tudo que há na raridade das tuas terras.
Quero poder desbravar-te, novamente. Eu e você, reprisando aquela penumbra, o meu cheiro (que você tanto gosta) misturado com o teu(…) os suspiros, a imensidão da cama, a inexistência de universo ou coisa qualquer. Nós bastávamos. Nós éramos tudo.
Poeta Morta.

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