quinta-feira, 21 de março de 2013

Acordei com o objetivo de ignorar tudo aquilo que me tira o sono. Até tomei um chocolate quente, mamãe dizia que quando eu era criança isso me fazia ficar feliz, tentei. Fiz cachos no cabelo, usei um perfume novo e joguei o meu antigo fora. Resolvi que queria clarear minhas luzes e usar batom vermelho. Pintei minhas unhas de cor de rosa, e não mais de preto. Resolvi bloquear os sentimentos e assistir uma série de TV nova, e não procurei pela série de suspense que me fazia lembrar o que não faz bem lembrar, muito menos da melhor amiga que antes sabia até de quantas vezes eu comi chocolate no dia. Aprendi que na indecisão você deixa algumas coisas passar, perdi meu chão. Perdi minha estrutura, talvez me apeguei tanto que eu me esqueci que não se pode confiar toda sua vida nas mãos de uma só pessoa. Foi uma facada nas costas, estava tudo tão evidente aos meus olhos, mas meu coração nunca acreditara nisso, nunca acreditei que pudesse ter um fim, nem que fosse dessa forma, melhor amiga. Vi-me acompanhada da solidão, por todos os lados, até falei com a minha mãe depois de muitas lágrimas derramadas no travesseiro do velho quartinho, resolvi que se tem alguém em quem eu posso confiar de olhos fechados, é minha rainha. Prometi que isso não me faria mal, jurei que não era egoísta a esse ponto. Deixei que a felicidade invadisse o coração de quem eu quero bem, mas isso não significa que eu estava feliz. Pelo contrário, me sacrificara para não deixar que a grama do vizinho me afetasse. Resolvi que passar minhas noites de solidão com filmes de romance, brigadeiro e melancolia seria melhor do que incomodar a felicidade de alguém. Só queria dormir eternamente, sem volta, insensível a qualquer coisa, pra não ter que acordar todos os dias com o objetivo de ignorar tudo que me tira o sono, sem sucesso.
en-ds. 

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